Monday, June 04, 2007

O tempo nao passa...

Faltam 39 dias e a minha cabeca já está longe daqui: Amigos, parentes, (des)encontros, presentes e aquela ansiedade como era ir para a casa da vovó todo ano, no Natal. Eu me lembro que no último bimestre tirava as melhores notas da sala para estar de férias à partir do dia 01 de dezembro. Depois disso ainda tinha que esperar meu pai comprar todos os presentes, para pegarmos o carro e racharmos via Dutra afora com destino às Minas Gerais.

E quando o meu padrinho ia antes com a Belina azul -e eu gostava demais daquele carro- eu já dava um jeito de pular no banco de trás e esperava pelos meus pais para a Ceia da véspera. E com o tio Ruy nao tinha estômago que agüentasse: Todo mundo passava mal, e tínhamos que parar pelo menos duas vezes.

Ah, minha infância querida, que os anos nao trazem mais!

E agora com 23 - quase 24- anos estou vivendo a mesma coisa numa escala um pouco maior: Contando os dias para encontrar meus amigos e meus pais, dar aquele abraco e poder passar um alguns dias juntos, matando as saudades.
Eu li estes dias um texto que dizia que a vida era um loop. E eu concordo! Outro amigo escreveu que a vida é simples e o tempo é curto. E eu concordo de novo!

Acho que agora estou aprendendo a viver mais os pequenos momentos, dar mais valor às pessoas e ser mais presente como amiga/irma/namorada.
Olha, se a vida dá voltas eu quero olhar para isso tudo e me lembrar destes anos de novo:


"Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!


Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!


Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!


Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!


Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!


Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!"

C.A.

3 comments:

Anonymous said...

E as rosquinhas de nata da Tia Ana.

Unknown said...

Peco uns para voce desta vez?!?

Anonymous said...

SIMMM!!!!