Friday, August 31, 2007

A vida é louca, o tempo é curto e passa rápido...

Estou lendo A. Almeida de novo. Talvez nao fosse uma boa hora para este tipo de leitura onde tudo -ainda da minha recente visita ao Brasil- está confuso.
Buscou nas raízes dos ditadores brasileiros uma explicacao para tamanhas atrocidades, e terminou achando-las no nazismo alemao. Criticou os alemaes, a cultura e postura do povo alemao, e isso me trouxe muitas perguntas e uma outra -nova- postura quanto ao assunto. Acho que nao deveria ter iniciado este livro agora, mas enfim, nao poderia prever a minha situacao emocional.

Fora isso, fui calorosamente recebida esta semana por um colega dos Camaroes que andou cozinhando por perto da sala onde estudo. Todo simpático me explicou da difícil situacao dele em -ter- que mudar de curso, porque nao tem condicoes de se sustentar com a insercao da taxa semestral aqui na universidade. Valor nao tao absurdo, mas nao tao fácil para quem estuda medicina e tem pouco para si mesmo, quanto mais, juntar um dinheiro extra para pagar a universidade.
Hoje ele cozinhou algo que se come nos Camaroes com umas folhas verdes amassadas (produto brasileiro), nozes, cebola e bananas cozidas. Aliás, fiquei surpresa. Comida muito boa!
Conversamos ainda sobre outras coisas, e um dos assuntos, foram diferencas culturais. Ele me perguntou se sabia dancar -samba- e, meio sem jeito, tentei explicar que no Brasil tem uma certa diferenca entre os brasileiros brancos e negros. E que os segundos sabem 'destas coisas' bem melhor do que a gente. Aliás, brasileiro branco é um europeu de segunda linha, nao acham?
Bom, o rapaz olhou meio cabisbaixo, e eu percebi que havia falado algo errado. No fim das contas ele deixou escapar que se sente diferenciado aqui por ser estrangeiro e negro (ou africano, como eles dizem) quando vai tentar um trabalho ou senta numa cadeira -isolado- da turma na universidade.

Só sei que juntando minhas tristezas, problemas, experiencias semelhantes e um empurraozinho do livro, me deu vontade de ir embora e dizer adeus à vida de imigrante. Para onde? Nao sei, só que nao vou ficar aqui.

Boa noite!

No comments: