Tuesday, February 06, 2007

Como es bello mi Brasil...

Nas palavras de Arnaldo Jabor, até um elogio tem sentido dúbio. Nao é minha leitura favorita, mas aqui ele tem razao.

(...)
"Por que não avançamos do atraso para uma modernização que não chega nunca? Quando nossos dias melhores virão? Durante o governo de FHC, estávamos nas portas de uma modernização político-econômica, prontos para uma revolução administrativa e conceitual, mas chegaram populistas boçais e bolchevistas tardios que, numa aliança louca com a velha direita patrimonialista, seguraram a transformação e voltaram a adorar o bezerro de ouro do Estado.
E assim vamos. Acabamos de ver, perplexos, o rabo da lagartixa do atraso se recompondo, a volta de todos os canalhas denunciados nos escândalos, a retomada de todos os vícios da legislatura passada, sob a arrogância populista do presidente negando o óbvio – que a Previdência não tem déficit e poderá gastar sem cortes. Como disse Dora Kramer, “Lula será elogiado pelos acertos que não fez (Plano Real) e não será cobrado pelos erros que vai fazer agora, que serão empurrados para seu sucessor”. Não adianta; povo ignorante e intelectuais idiotas não entendem que o Estado não é a solução; é o problema. Ninguém entende que o Estado não é a cura, mas a doença. Um país clamando por modernidade vive dramaticamente preso a um imaginário político arcaico e ridículo.
O Brasil está tonto, perdido entre tecnologias novas cercadas de miséria e estupidez por todos os lados. A tecnologia nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas, fábricas vivas, chips, pílulas para tudo. Temos de funcionar, não de viver. Estamos cada vez mais em trânsito. Somos carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa. Assistimos à chacinas diárias entre chips e websites.
Só nos resta viver nessa ansiedade individualista medíocre, nesse narcisismo brega, nessa desinformação, nessas notícias brutais e irrelevantes, nessa reclamação vaga, sem cultura, sem união para protestos e lutas, sem desejos claros a serem vocalizados. Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é não ter futuro; é nunca estar no presente."

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